segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Desarvorar

Há um ano atrás, passou-se o primeiro Natal do meu filho. Por esta altura, escrevi este texto que partilhei no Facebook e hoje dei com ele. Ainda não desfiz a árvore deste ano. Aproveito o texto que me pareceu doce. 

O meu filho sentiu a falta da árvore de natal. Estranhou a sua ausência. Um belo dia adormece e, pela manhã, a árvore havia desaparecido. Para onde teria migrado o pinheiro de brincar com luzes piscativas para onde todos os dias apontava e onde ia tocar nas bolas e nas fitas, experimentando-as?  Não a vira nascer, também um belo dia, ao despertar de uma das suas sestas acordou para a sua presença, já muito instalada, na sala. Apôs-lhe a estrela no topo, devidamente ajudado e içado ao metro e oitenta de pinheiro artificial. Não percebeu bem o que era nem que significado teria e por que o fotografaram nesses preparos ou por que se interessaram por isso, mas depois tornou-se atracção diária, gostava de apontar para ela e de ser erguido até altos ramos onde descansavam enfeites que o deixávamos tocar.
Não sei o que pensará sobre esta ausência, mas sei que a estranhou. A vida, feita de ausências, grandes e pequenas, lhas há-de ensinar - que remédio. Há-de apontar outros lugares vazios. Que sejam longe...e tão importantes como uma árvore de natal de plástico.


Sem comentários:

Enviar um comentário